domingo, 27 de dezembro de 2009

Para onde vão os saudosistas?

Cada vez mais eu me pego pensando que as coisas eram melhores no meu tempo e cada vez mais eu escuto pessoas comentando exactly the same thing.
Enfim, eu fico me perguntando pq isso ocorre?
Será que nós ficamos velhos e adquirimos outros conceitos e idéias e achamos hoje (que na realidade é igual a ontem) chato, futil e/ou brega?
Ou será que nós é que paramos no tempo e não nos adequamos mais ao novos tempos, como vampiros atravessando os séculos que no nosso caso não seriam nem 5 anos?
Eu me lembro quando comecei a ir em um bar aqui de Curitiba, e para mim aquilo era, praticamente, a caixa de Pandora se abrindo. Eu achava tudo, como diria Gal, divino, maravilhoso. Mas já havia gente reclamando que o bar não era a mesma coisa, que as músicas tinham piorado, que o povo que frequentava agora era horrível, blá blá blá. E eu pensava: "Como eles podem pensar uma coisa destas? Esses caras são saudosistas!!!" Repare que saudosistas equivalia a um grande xingamento.
E para minha surpresa (será?) eu me peguei falando exatamente estas mesmas coisas sobre exatamente este mesmo bar. Eu SOU um saudosista agora.
Eu comecei a me indagar onde estariam aqueles primeiros saudosistas. Será que eles descobriram um novo bar ou, como disse uma vez uma amiga, eles passaram a escutar jazz em casa tomando vinho?
E o que será que vai acontecer com essa segunda leva de saudositas, a qual eu me incluo?
PARA ONDE VÃO OS SAUDOSISTAS? Essa é a pergunta sem resposta, não para onde vão os isqueiros ou guarda-chuvas perdidos. Ou melhor, será que existe um mundo dos saudosistas perdidos?
Enfim, além de reumatismo, catarata, infarto, demência, saudosismo é uma grande característica de que estamos ficando velhos.....

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Dualidade


Eu imaginei

Caminhos,
Transtornos, retornos
Cataclismas, cefalias

Sexo, nexo


Eu imaginei

O Eterno Retorno

A idéia do eterno retorno é uma idéia franca e assustadora: imaginar que tudo vai se repetir como já foi. Bom esta idéia se aplica a este blog. Um eterno retorno. Ok, mas nessa idéia há de se levar em conta um parâmetro fundamental: o tempo.
Por isso não acredito que essa idéia nos tire a premissa do livre arbítrio, mas se tudo se repetir, em estados de tempo diferentes, as escolhas serão diferentes. Por isso resolvi reiniciar um blog. Outros tempos, outras mentalidades (principalmente depois de trânsitos de plutão), me deram vontade de escrever novamente, claro, com um de uma maneira estilística totalmente oposta. Ainda bem.
Milan Kundera diz que “no mundo do eterno retorno cada gesto carrega o peso de uma insustentável leveza” e que “se o eterno retorno é o mais pesado dos fardos, nossas vidas podem aparecer em toda sua esplêndida leveza”.
Então, o que escolher: a leveza ou o peso?
Não há pretensão nenhuma de escolha aqui.
Quero leveza e peso.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Deixa

"A realidade é para aqueles que não estão em condições de enfrentar seus sonhos"

sábado, 28 de novembro de 2009

Pi

Hj estou deprimido.
Amanhã bebo para não me deprimir.
Em seguida passo mal por beber.
Depois fico feliz por não estar mal.


Isso sim é um círculo vicioso.

O ônibus em Curitiba toca ópera

Sim, toca.
Acho isso impressionantemente curitibano. Eu posso ir para o Boqueirão de ônibus, mas pelo menos eu escuto ópera no caminho. Como se fosse uma recompensa: eu não tenho carro, mas pelo menos escuto música erudita.
Eu gosto muito de Curitiba, mas essa cultura de doce ilusão que existe nesta cidade me irrita. Muito. O jornal mostra que a Osório é linda e tem feirinhas de natal com um trilhão de artesanatos. Gente, a Osório é território de michê e puta. Puta mesmo, não como as minhas amigas hehehheheheheheheh. E antes que alguém conteste, isso foi um puta elogio.
Mas parece que todo mundo faz de conta que isso não existe. Eu gosto de tudo escancarado, que nem a rua Augusta em São Paulo. Todo mundo sabe que existe prostituição e todos convivem harmoniosamente. Até pedem informações para elas. E informações que não seja quanto é o programa.
Essa coisa elitista impreganda no ar. Eu acho que talvez por conhecer um pouco o lado da cidade que muitos não conhecem, eu acho agora tudo meio fake. E por consequência eu acho as pessoas
fakes também. Não todas, mas a maioria eu excluo a possibilidade de manter contato. Tudo isso porque o ônibus toca opéra.
Enfim nada contra música erudita, mas o que eu queria mesmo é uma música indie e que rolasse um putaria no ônibus.