Como uma sombra, esgueiro-me seguindo teus passos cadenciados. Eu estava lá e você notou. Você sabia do perigo, mas mesmo assim me deixou entrar e eu esperei o momento propício, aquele momento onde o segundo passa a ser eterno. Como um caçador de vampiros, finquei estacas no teu coração. Teu corpo estendido no chão, o sangue escorrendo colorido, como se uma pintura estivesse se desmanchando...
Virei o corpo até poder olhar-lhe a face. Queria ver minha figura desaparecendo lentamente da tua íris. E para meu espanto, não, não para meu espanto, quem jazia morto não era você. Era eu. Eu me via sumir, uma chama não alimentada exaurindo-se. E você olhava esta cena com completo desdém...
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